O Impeachment e a esquerda
A campanha pelo Impeachment de Dilma Russef começou no dia seguinte às eleições e ficou vinculada à corrupção na Petrobrás. A cada novo escândalo e revelação da operação Lava Jato, a campanha sobe de tom. Até o FHC já tomou parte… mas calou-se, aos primeiros sinais que o envolveram na corrupção na Petrobrás.
Sobre isto vale dizer apenas uma coisa: O PSDB pede o Impeachment porque não tem mais nada para pedir. A subida dos juros, o arrocho salarial, a suspensão da reforma agrária, o fim da demarcação de terras indígenas, etc. tudo está feito ou em curso. Esta constatação tem duas consequências.
1. É pouco provável que haja um Impeachment de facto. Há antes uma pressão sobre o PT que premite a consolidação do PMDB e da política neoliberal no seu governo. Tanto é assim que a direita que manda está calada. Foi Lobão e Bolsonaro, e não Aécio Neves, que levantaram a bandeira do Impeachment. A direita que conta, Roberto Setúbal por exemplo, está do lado de Dilma; no máximo, tirando proveito desta conjuntura de instabilidade para impor-se mais e melhor a Dilma.
2. Por outro lado, bastava o PT fazer política para a campanha pelo Impeachment desaparecer. Bastava baixar a taxa SELIC para que todas as televisões e jornais esquecessem o Impeachment e começassem a falar de juros e de inflação, isto é, política a sério. A esquerda -PSOL, PCB e PSTU – só pode apoiar o PT se ele tomar alguma destas medidas; apoiar, em primeiro lugar, estas medidas.
Até lá tem outras coisas que fazer. A avaliar pelo Rio, a esquerda – PSOL, PCB e PSTU – está muito amarrada à academia, em particular, ao IFCS e à UERJ. Tem de começar a viajar à Baixada Fulminense, a Campo Grande e ao Jacarezinho para aprender com os lideres locais que aí existem e que o PT e o PCdoB deixaram, por assim dizer, órfãos.
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